segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Nos Bastidores do Reino
A Vida Secreta na Igreja Universal do Reino de Deus

PREFACIO
Os originais de Nos Bastidores do Reino chegaram as minhas mãos ha mais de um ano. O
intrigante e que eu morava no meio do nada, perto das montanhas de São Francisco, na
Califórnia, e o remetente era um desconhecido brasileiro que vivia em Nova York. Abri o
envelope na varanda da minha casa, me perguntando como ele me achou e por que eu.
Estava ocupado, tinha compromissos marcados, mas li a primeira linha e só sai da varanda
ao anoitecer, depois de ter lido o livro em uma tacada. A primeira coisa que me veio a
cabeça: ainda bem que ele me achou e me escolheu.

Prepare-se: ler Nos Bastidores do Reino e um evento de transformação. Ninguém será o
mesmo depois de conhecer os detalhes da vida de Mário Justino, mas vale a pena correr o
risco. Ainda não se criou uma designação para este estilo literário. Seria o que, literatura
emocional, visceral? Pensando bem, pouco importa o estilo. e um livro, como todos os
livros buscam ser: um acontecimento na vida do leitor. A começar, a historia nebulosa da
formação de um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, que cresceu com a crise
espiritual do homem moderno, dando respostas objetivas a carência moral de milhares de
fieis abandonados por outras seitas. Os métodos da Igreja são questionados. Aproveita-se
da fé para extorquir milhões? Poderíamos concluir que a religião vira um negocio, e uma
técnica e desenvolvida para confundir a "vitima", relendo a Bíblia e deturpando o
pensamento cristão. Nos bastidores, premiam-se os pastores que conseguem arrecadar mais
dinheiro. As fofocas giram em torno do sucesso ou fracasso financeiro de tal filial. O poder
sobe a cabeça, e um estilo de vida nada religioso passa a ser a norma entre os lideres da
Igreja. De festa em festa, nosso personagem e contaminado pelo vírus da AIDS. e expulso
da Igreja, e desce aos poucos os degraus do inferno. Em pouco tempo, o garoto da
Universal perde tudo e vive seu calvário pessoal, nas sombras de uma estação de metrô de
Nova York, aquecendo-se numa fogueira com outros mendigos (os de possuídos),pensando
em roubar para comprar drogas e planejando o assassinato do bispo Edir Macedo, líder da
seita. Não e apenas um livro denúncia. A própria teologia esta em debate. De repente,
estamos, agora sim, em frente à pobreza e à verdade do ideal cristão. Chegamos a acreditar
que Mário Justino e mais Jesus que toda a pompa papal e a conta bancaria da Universal.
São escritores como ele que podem nos salvar e iluminar alguns caminhos. Faça bom prato
das palavras de um homem que viu de tudo, que viveu os extremos, e pode ser considerado,
em teoria, um herói.
MARCELO RUBENS PA1VA